Um silêncio mágico

Conheço um sítio maravilhoso. Um sítio onde as paredes estão forradas com histórias escondidas atrás de lombadas com títulos dourados, onde cada corredor fala de um mundo diferente, onde é possível percorrer os recantos mais enigmáticos do conhecimento, sem parar. Com um silêncio que acalma, envolve e ensina, é fácil penetrar no Universo, desvendar os segredos da História e encontrar os pensamentos dos mais sábios. O tempo não passa.
Faço questão de atravessar todos os corredores da sabedoria e de me perder. Perco-me hoje e perder-me-ei sempre.
Haverá, em algum lugar do Mundo, sítio mais rico que este? Procure-se nos túmulos dos mais ricos, nas ilhas dos maiores piratas e nos palácios dos reis mais poderosos. Vasculhe-se o fundo dos oceanos e as cavernas mais tenebrosas. A riqueza está onde a encontrei. Não me enche os bolsos, mas recheia-me a mente de tudo o que sempre quis, de tudo o que posso querer.
Tudo o que pode existir está à espera de ser descoberto por mais alguém. Tudo, à espera de um desassossego interior, de uma dúvida ou de uma intriga, algo que desperte aquilo que de mais sagrado possuímos, a vontade de saber, sem o medo de descobrir. Há sempre uma biblioteca a aguardar, ansiosa, pela visita do mais atrevido, daquele que usa o que sabe para nos tornar mais completos.
Atena (pseud.)
Texto escrito para o DIBE por aluna da ES Dr. Francisco Fernandes Lopes - Olhão
Imagem Maria Helena Vieira da Silva, "Biblioteca", 1949:

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